Cariri registra queda de 24% nos homicídios de janeiro a julho de 2025 em relação a 2024
- datajorcariri
- 27 de ago.
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Atualizado: 3 de set.
Beatriz Silva
NOTA: A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social atualiza os indicadores de maneira permanente. Os dados utilizados nesta reportagem dizem respeito apenas aos primeiros sete meses de 2024 e 2025 e foram analisados pelo DataJor em agosto de 2025.
A região do Cariri apresentou uma queda de 24% na quantidade de homicídios de janeiro a julho de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e filtrados pelo DataJor Cariri. Em 2025, 104 homicídios foram registrados nos primeiros sete meses do ano, enquanto que no ano anterior, 137 mortes foram contabilizadas.
A base de dados dos Crimes Letais Violentos Intencionais (CLVIs) agrega os homicídios registrados nos 184 municípios do Ceará e apresenta informações sobre o tipo de assassinato cometido, data e horário do crime, arma usada, sexo, idade, escolaridade e raça das vítimas.
A SSPDS identifica o tipo de arma utilizado nas categorias “arma de fogo”, “arma branca” e “outros meios”. De janeiro a julho de 2025, 78 assassinatos foram registrados com arma de fogo, 18 com arma branca e oito cometidos por outros meios. No ano anterior, 118 foram realizados com armas de fogo. Com arma branca, foram 20 ocorrências, e quatro por outros meios.
Nos primeiros sete meses de 2025, foram registrados 98 homicídios dolosos, quatro feminicídios, uma lesão seguida de morte e um roubo seguido de morte (latrocínio), totalizando 96 homens e oito mulheres assassinados no período. Já em 2024, foram cometidos 132 homicídios dolosos, um roubo seguido de morte (latrocínio) e quatro feminicídios. Ao todo, 123 homens e 14 mulheres foram mortos.
Os feminicídios são crimes relacionados à violência doméstica e à condição de ser mulher, tipificados na Lei 13.104, promulgada em março de 2015. O Cariri registrou, em cada ano, quatro crimes desta natureza nos primeiros sete meses.
Todos os feminicídios registrados no primeiro semestre de 2025 foram cometidos no mês de junho, com diferença de poucos dias entre cada um deles. O primeiro caso aconteceu em Juazeiro do Norte, no dia 17 de junho, quando uma mulher de 29 anos foi assassinada com uma arma branca. Já no dia 20, uma mulher de 38 anos foi morta a facadas em Barbalha. Em 22 de junho, na cidade de Várzea Alegre, uma jovem de 26 anos foi esfaqueada. No dia seguinte, uma mulher de 44 anos foi morta a tiros em Juazeiro do Norte.
O primeiro caso registrado no ano de 2024 foi em Juazeiro do Norte, no dia 5 de fevereiro. Uma mulher de 22 anos foi assassinada com uma arma de fogo. Em março, dois feminicídios foram registrados nas cidades de Barbalha e Antonina do Norte, ambos praticados com arma branca. Em maio, uma mulher de 36 anos foi morta em Nova Olinda por disparos de arma de fogo.
No Cariri, foi registrado um latrocínio por ano durante o período analisado, ambos em Juazeiro do Norte. Em fevereiro de 2025, uma mulher de 35 anos foi assassinada em um latrocínio cometido com uma arma de fogo. Já em abril de 2024, uma mulher de 44 anos foi roubada e em seguida morta a tiros.
Apenas um caso de lesão seguida de morte foi registrado na região de janeiro a julho dos últimos dois anos, em Juazeiro do Norte. Em junho de 2025, um homem de 52 anos foi morto por “outros meios”.
Entre 2025 e 2024, Caririaçu teve a maior redução de homicídios, passando de oito mortes em 2024 para nenhuma nos primeiros sete meses de 2025. As cidades de Abaiara, Antonina do Norte, Araripe, Aurora e Penaforte também reduziram em 100% a quantidade de crimes de um ano para o outro.
Em contrapartida, alguns municípios tiveram aumentos expressivos na quantidade de assassinatos. Missão Velha contabilizou sete mortes em 2025, enquanto nenhum homicídio foi registrado no período analisado em 2024. Altaneira, Farias Brito, Jardim, Lavras da Mangabeira, Potengi e Salitre também tiveram crescimento na quantidade de mortes violentas.
Barbalha manteve estabilidade nos últimos dois anos, com nove assassinatos nos primeiros sete meses do ano. Barro e Santana do Cariri também mantiveram estabilidade de um homicídio em cada ano no período investigado.
As cidades de Granjeiro, Jati e Tarrafas não registraram mortes de janeiro a julho dos últimos dois anos.
Metodologia da SPPDS
Em nota enviada ao DataJor Cariri, a SSPDS informou que os dados são agregados pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), órgão vinculado à secretaria. Os dados são coletados a partir de boletins de ocorrências (BOs), termos circunstanciados de ocorrências e inquéritos policiais da Polícia Civil do Ceará, além da combinação com outras bases de informações.
De acordo com a pasta, os crimes de homicídio são checados em fontes secundárias, como os exames cadavéricos realizados pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e os relatórios diários da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). “Semanalmente, é feita uma busca por casos em que houve morte posterior à data das lesões e esses casos são acrescentados ainda dentro do mês”, afirma o órgão.
A base de dados utilizada, com foco no Cariri, está disponível para download.
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